segunda-feira, junho 22, 2009

O papel da Música na Igreja


Sinto-me ofendido quando algum responsável por uma programação de negócios de uma instituição espiritual pede que eu dirija um cântico para chamar as pessoas de volta à reunião. É como se a música sacra fosse naquele instante apenas um jingle, uma musiquinha de intervalo comercial, para chamar atenção dos clientes a um produto entre a programação que o telespectador quer realmente ver.
Esta prática, realizada com esta falta de cuidado, atenta contra dois papéis fundamentais da música sacra na Igreja Cristã. O primeiro papel desvirtuado é o papel da adoração. A música serve para adorar a Deus, para glorificar a sua Pessoa e destacar de modo poético e artístico a sua Obra. Quando usamos a música sacra como uma sineta que toca para chamar os alunos a próxima aula, tiramos a atenção que a música dá ao Nome do Senhor para a próxima pauta da reunião, para o próximo ítem da palestra, para desorganização do evento, para letargia de seus participantes que não sabem tomar um cafezinho de 5 min, sem aumentar o seu tempo para 20.
A prática de "cante agora qualquer coisa de Jesus, para começar, irmão" desvirtua o papel de edificação que a música sacra tem dentro do povo de Deus. Se a música é usada como simples "venham todos, vai começar", ela pode ter a teologia mais profunda, pintada em letras de ouro, nos versos mais bem articulados, pelo mais entendido e minucioso poeta da História Eclesiástica, apesar de sua qualidade, ninguém vai prestar atenção nela, a não ser o seu pobre regente (ou seria regido?). O presidente da mesa estará chamando o secretário para fazer alguma observação, o irmão delegado estará correndo para pegar sua pasta que deixou em cima da mesa dos salgadinhos, a irmã estará se perguntando "onde está o Júnior?", e a mensagem das Escrituras estará sendo totalmente desprezada.
Em nome do Senhor, eu vos rogo, pastores, presidentes de associação, diretores de seminário e afins, usem vossa mente privilegiada pela graça que descende do céu para achar outra solução à chamada dos participantes ao plenário. Sei que há muitos outros meios que podemos utilizar sem desvirtuar o papel da música na Igreja tão massacrado por outras frentes como bem sabeis.

"Quem ler que entenda!"

Créditos ao blog Violabrito

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